sábado, 2 de abril de 2011

"Saudades atávicas da tirania"


É duro aceitar que, na democracia, também é possível dizer coisas idiotas, não é mesmo? O que “eles” querem? Fazer o “debate” entre o “Bem” e o “Bem”,  entre pessoas que concordam. Um diz “A”, e B responde: “E não só isso… Além disso, mais isso…” Ao que A emenda: “Concordo, e há também esse aspecto…” E volta o segundo debatedor para reforçar o que ouviu do primeiro, o que significa repisar os próprios argumentos. Um embate entre pessoas que concordam! É uma lindeza! Até no sexo é preciso haver certa tensão, não é mesmo?
É uma questão antiga no pensamento. Platão foi o primeiro a tentar, digamos assim, organizar a convivência entre a tirania e a sabedoria, de modo a que a primeira fosse colocada a serviço da segunda. Não conseguiu. A sabedoria é que acabou, ao longo da história, servindo à tirania.
Acho impressionante que não se possa distinguir as bobagens que as pessoas dizem do direito que têm de dizê-las. Proclamar uma estupidez não significa triunfo de mérito.
Notem como todos são favoráveis à liberdade de expressão! Até que chegue a hora do teste. As pessoas deveriam ser impedidas de defender o comunismo porque Stálin matou uns 40 milhões de pessoas, e Mao Tse-Tung, outros 70 milhões?  Mercem uma censura moral moral, mas tem de ser da sociedade, não do estado.
Ah, sim: quando discordo de alguém, cito o nome. Se querem discordar do que escrevo, façam o mesmo. Ninguém vai sentar na janelinha às minhas custas, a menos que eu decida que vai.

fonte:Por Reinaldo Azevedo

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