quarta-feira, 22 de junho de 2011

Lobby de juízes tem ajuda de irmã de senador e de deputado

Helga Jucá, pela AMB, e Eduardo Cunha, pela Ajufe, articulam reuniões entre parlamentares [br]e magistrados



O lobby dos juízes conta com a ajuda da irmã do líder do governo no Senado e de um deputado polêmico conhecido pela sua atuação nos bastidores. Os magistrados chegaram até a ameaçar uma greve pelo fato de o Congresso não votar reajustes para a categoria, mas estão investindo cada vez mais na negociação política para tentar tirar seus interesses do papel.
A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) utiliza desde o início do ano os serviços de Helga Jucá, irmã do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Apesar de ser lotada na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com um salário superior a R$ 8 mil, Helga tem ajudado a AMB a se aproximar de senadores atuando como "consultora parlamentar".
A atuação dela tem gerado incômodos. Funcionários do Senado comentam que ela usa a influência do irmão para conseguir audiências. Recentemente, o presidente da AMB, Nelson Calandra, esteve com senadores do DEM, PSDB, PP, PT e PMDB.
A entidade confirmou que o papel da irmã de Jucá é marcar reuniões com parlamentares. Helga não é contratada diretamente pela entidade, tendo um contrato de prestadora de serviços. Os valores não foram revelados pela AMB.
Desde quarta-feira da semana passada o Estado tenta, sem sucesso, falar com Helga na ANTT, onde ela deveria cumprir uma carga de 40 horas semanais.
Ajufe. Outra entidade que representa magistrados, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe), recorreu aos préstimos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado envolvido em diversas polêmicas, como a acusação de tráfico de influência em Furnas.
O parlamentar diz ser somente um "apoiador" da magistratura. "Minha ligação é institucional, não tem nada de mais."
A Ajufe também qualifica como "institucional" a ação do deputado junto ao Congresso. A entidade nega que esteja tentando se beneficiar das articulações de Cunha. A principal demanda dos juízes no Congresso é por aumento de salários.
fonte: Eduardo Bresciani / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

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