Auro Ida era considerado um dos profissionais mais experientes na cobertura política local
22 de julho de 2011 | 19h 32
Fátima Lessa, especial para O Estado de S.Paulo
CUIABÁ - O jornalista Auro Ida, de 53 anos, ex-secretário de comunicação da prefeitura de Cuiabá e ex-diretor de comunicação da Câmara Municipal, foi executado com seis tiros na capital mato-grossense por volta da 1 hora da madrugada desta sexta-feira, 22, quando deixava a namorada num bairro da periferia. Segundo informações policiais, os atiradores se aproximaram do carro onde estava Ida e a namorada e pediram para que ela saísse. Os tiros atingiram o tórax e na nuca do jornalista.
Por causa da greve de investigadores e escrivães da Polícia Civil, as investigações sobre as causas do crime estão em ritmo lento. Para o titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Antonio Carlos Garcia de Mattos, a polícia deve seguir duas linhas de investigação: crime passional e queima de arquivo. "Nada pode ser descartado até que se chegue a uma conclusão final."
O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional de Mato Grosso, Maurício Audes, enviou ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MT), solicitando providências imediatas na investigação da morte do jornalista. O governador Silval Barbosa (PMDB), tão logo soube do crime, determinou à alta cúpula da Sesp-MT "uma investigação rigorosa para apurar os fatos". O prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo (PTB), lamentou por meio de nota a morte do jornalista.
O jornalista Ida era considerado um dos mais experientes setoristas nas cobertura da política mato-grossense. Ultimamente trabalhava como articulista num site da cidade com críticas a políticos e empresários, sempre com temas polêmicos. No fim desta tarde, o conselheiro e ex-presidente da OAB, Ussiel Tavares, disse por meio da assessoria que o órgão irá solicitar à Polícia Federal (PF) que investigue o crime. Para ele, há fortes indícios de ter sido um crime político. Tavares disse que "há muitos comentários de que o jornalista preparava uma reportagem com tema central envolvendo membros do governo do Estado, empresários e pessoas ligadas ao sistema financeiro".
O presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), disse a um site de Cuiabá que o jornalista teria comentado com ele sobre ameaças que estaria sofrendo. O irmão do Riva, ex-prefeito de Juara, priminho Riva, disse que o jornalista teria lhe falado que vinha sofrendo ameaças.
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